Os alimentos são nosso combustível. Se alimentar bem é a base para qualquer atividade física e não é diferente para escalar montanhas de altitude. Se alimentar bem durante sua preparação é algo primordial se seu desejo é escalar o Aconcágua. Estar saudável é fator primordial antes de treinar. No vídeo abaixo, o montanhista Pedro Hauck comenta a importância de se alimentar bem antes de iniciar um projeto para escalar uma alta montanha.
O Aconcágua é uma montanha longa. Com seus quase 7 mil metros de altitude requer muito tempo para aclimatação. O tempo médio de uma expedição ao cume e retorno é de 15 dias!
Por conta do tempo prolongado de permanência, o alto gasto calórico de uma escalada, a boa alimentação é determinante para se fazer cume e até mesmo arriscar sua vida.
As expedições comerciais tem cozinheiros especializados a preparar refeições que agradem o gosto das pessoas e que seja nutritivo e calórico suficiente para dar suporte a uma escalada. Nos acampamentos principais, como Confluência, Plaza de Mulas, Plaza Argentina, as agências têm barracas refeitório com mesas e cadeiras onde eles podem preparar comida de verdade que chegam até lá no lombo de mulas diariamente.
Nos acampamentos mais altos, as opções de alimentos frescos ficam limitados devido ao peso e a dificuldade de obter estes alimentos que precisam viajar por dias para chegar até ali. Antigamente não haviam muitas opções de alimentos que durassem tanto tempo nas mochilas e éramos obrigados a carregar enlatados, embutidos, com pouca variedade e que são muito pesados. Depois surgiram os alimentos desidratados, com molhos de pozinho, que são mais leves, mas nem sempre são tão bons e normalmente viram uma grande gororoba.
Adicione a dificuldade de se alimentar nas grandes altitudes a questão do peso do alimento, volume, prazo de validade, complexidade de se preparar (pense que tem que ser preparado num fogareiro no chão de uma barraca), e o consumo de água.
Água é uma coisa extremamente complicada nas altitudes, pois ela não existe em seu estado líquido, sendo necessário derreter neve para obter o precioso liquido. Isso significa que você precisa ter um bom fogareiro e muito combustível. Hoje em dia os melhores fogareiros são os de cartucho de gás, butano propano. Recomenda-se o uso de panelas com sistema de radiador que permite derreter neve muito rápido e também a ferver água mais rápido ainda.
Adicione aos equipamentos necessário aos acampamentos altos a necessidade de ter kits de cozinha, com panelas, talheres e todos os utensílios, que são fornecidos pelas agências que operam no Aconcagua.
Atualmente a alimentação na altitude é facilitada pelo alimentos liofilizados. Estes alimentos são desidratados pelo processo de sublimação. Neste processo o alimento perde 4 vezes seu volume e peso, mas mantém os fatores nutricionais e o mais importante o sabor dos alimentos! Algo muito valorizado na altitude. Imagine você estar a 6 mil metros comendo um Strogonoff de frango, Risoto , Macarrão de verdade ? Estas são algumas das opções dos alimentos liofilizados.

Alimentos liofilizados em sua embalagem original. Foto Pedro Hauck
Os liofilizados foram “inventados” na década de 1960 por conta da corrida espacil, por isso também é chamado de comida de astronauta. Além de todas as vantagens já citadas, adicione ao fato de que para hidratar estes alimentos é necessário pouquíssima água, o que faz que o liofilizado também seja a comida do montanhista. Veja os links abaixo:
:: Veja as opções de alimentos liofilizados, a maior variedade do Brasil.
:: O que comer nas montanhas? – Artigo do site AltaMontanha
:: Comida de astronauta na montanha? – Artigo do site AltaMontanha
Veganismo na Montanha
O veganismo é uma filosofia que promove o respeito aos animais, e adotar essa prática na montanha vai além da alimentação. Isso significa evitar o consumo de carne, ovos, leite e seus derivados, o que pode trazer desafios na logística das expedições. Em muitos casos, é necessário um preparo especial para atender veganos, o que pode exigir um cozinheiro dedicado – um serviço que algumas expedições não oferecem.
Além da alimentação, o veganismo verdadeiro também inclui evitar o uso de animais para transportar equipamentos, algo comum em muitas agências de turismo. Há ainda a questão dos equipamentos, já que itens como jaquetas e sacos de dormir feitos com pluma de ganso – o material mais eficiente para isolamento térmico – ou botas com couro não são opções veganas. Até produtos como protetores solares podem conter ingredientes de origem animal.
Se você é vegano e planeja uma expedição, é fundamental informar sua condição às agências e guias com antecedência. Isso permitirá que eles ajustem os serviços e fornecedores, garantindo que suas escolhas sejam respeitadas. De anteão, abemos que a Empresa de Expedições Soul Outdoor possui capacidade para atender sua demanda.
Embora o veganismo não torne a escalada impossível, é importante saber que ele pode acrescentar um nível extra de dificuldade a uma experiência que já exige bastante preparo e adaptação.