Historicamente, nunca se encontrou prova de ocupação humana permanente em toda a região do Aconcágua e os vestígios existentes denunciam apenas acampamentos temporários de caçadores nômades em perseguição aos rebanhos de guanacos durante o verão.
Entretanto, a cultura Inca venerou os altos cumes do Aconcágua deixando importante legado na aresta que o liga ao Cerro Pirâmide. Em 1985 uma expedição Argentina encontrou, na cota dos 5.300 metros, o corpo mumificado de um menino envolto com mantos e plumas. Próximo ao corpo estava suas sandálias, bolsa e seis estatuetas de ouro e prata. Três representando lhamas e três com a figura humana.
Outro achado importante foi o de um Guanaco morto no filo que une o cume Sul ao cume Norte da montanha. Este animal que habita as planícies nunca sobe até grandes altitudes e por isso a hipótese é de que ele foi usado como uma “mochila” por um montanhista inca. Por conta disso, este filo é chamado de “Filo del Guanaco”.
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Já nos tempos modernos, é do alemão Paul Güssfeldt a primeira tentativa documentada de atingir o cume da maior montanha do hemisfério sul. Vindo do Chile pelo vale do rio Volcán, avançou até os 6.560 metros onde construiu um totem com pedras. Quatorze anos depois, em 1897, o alpinista inglês Edward Fitz Gerald dirigiu a expedição que logrou a primeira ascensão indiscutível ao cume do Aconcágua.
O grupo de Fitz Gerald chegou as grandes pedreiras da face noroeste da montanha depois de percorrer o vale do rio Horcones. Após várias tentativas o guia Matias Zubriggen atingiu sozinho o cume em 14 de janeiro deixando lá o seu piolet.
Um mês depois, seguindo a mesma rota, o italiano Nicolas Lanti acompanhado do inglês Stuart Vines chegaram também ao cume, conseguindo a segunda escalada bem sucedida para a mesma expedição.
Já a rota pelo Glaciar dos Polacos somente veio a ser desbravada mais de 3 décadas depois, quando em 1934 os poloneses Konstanty Narkievicz-Jodko, Stefan Dazynski, Wiktor Ostrowski e Stefan Osiecki realizaram a ascensão ao topo.
Estes poloneses fizeram história nos Andes, pois conquistaram também o Cerro Mercedário e mais tarde o Ojos del Salado.
Duas décadas depois, os franceses Pierre Lesueur, Adrien Dagory, Edmond Denis, Lucien Berardini, Rober Paragot e Guy Poulet abriram a primeira rota na parede sul em fevereiro de 1954. Alcançam o cume com vários congelamentos e foram resgatados na rota normal por uma expedição internacional. Estas são as histórias das principais rotas do Aconcágua, pelo noroeste, leste e sul.